Dor crônica: o que é e quando se torna um problema?
- Adriana Abrão
 - 27 de jul.
 - 2 min de leitura
 
A dor crônica é uma dor que persiste por mais de três meses e costuma causar enorme impacto na qualidade de vida. Ela pode ser provocada por diferentes mecanismos – nociceptivo, neuropático ou nociplástico – e exige uma abordagem cuidadosa que vá além de
remédios.

O que é dor crônica?
Dor crônica é toda dor que se prolonga por meses e deixa de ter o papel de alerta do organismo . Segundo o Protocolo Clínico de Dor Crônica do Ministério da Saúde, ela pode ocorrer por mecanismos nociceptivos (decorrentes de inflamação ou lesão), neuropáticos (lesão ou doença do sistema nervoso) ou nociplásticos (alterações na percepção da dor sem lesão aparente) . Isso ajuda a explicar por que algumas pessoas descrevem a dor como queimação, choque elétrico ou pontada .
Principais causas e exemplos
Muitas condições podem levar à dor crônica: lombalgia, artrose, lesões nervosas, herpes zoster e até dores de cabeça de longa duração. Um estudo citado pelo Ministério da Saúde indica que a lombalgia é a dor crônica mais frequente no Brasil, acometendo 77 % dos pacientes . Imagine alguém que sofreu uma torção no joelho e, mesmo após a cicatrização, continua sentindo dor – é como se o “alarme” do corpo permanecesse ligado.
Dor nociceptiva x neuropática x nociplástica
A dor nociceptiva costuma ser descrita como peso ou aperto e está relacionada a inflamações, tendinites e artrose . A dor neuropática, por sua vez, é descrita como uma queimação, choque ou formigamento, típica de neuropatia diabética ou neuralgia pós-herpética . Já a dor nociplástica envolve alterações no sistema nervoso central e é comum em doenças como fibromialgia . Saber identificar o tipo de dor ajuda a escolher o tratamento adequado.
Diagnóstico e avaliação
Avaliar a dor crônica envolve escutar a história do paciente, identificar fatores que pioram ou melhoram a dor, e examinar postura, sensibilidade e força muscular . O protocolo recomenda diferenciar os mecanismos de dor por questionários específicos e escalas de intensidade . Perguntas como “A dor piora pela manhã ou à noite?” podem apontar se a causa é mecânica ou inflamatória .
Opções de tratamento
Medicamentos e cremes analgésicos: anti-inflamatórios, anticonvulsivantes e antidepressivos podem auxiliar .
Fisioterapia e exercícios supervisionados: ajudam a fortalecer a musculatura e corrigir postura.
Medicina integrativa: acupuntura, yoga e meditação podem reduzir a percepção da dor.
Neuromodulação: a estimulação elétrica da medula espinhal pode “desligar” sinais de dor .
Cirurgias: indicadas quando há causas estruturais, como hérnia de disco que não melhora.
Quando procurar ajuda?
Será que toda dor que dura meses é “normal”? O prolongamento da dor pode sinalizar problemas importantes.
Pense na dor como um alarme de incêndio. Em condições agudas, ele soa e, após o problema ser resolvido, silencia. Na dor crônica, o alarme permanece ligado mesmo sem fogo, causando estresse e cansaço. A neuromodulação, por exemplo, funciona como um novo sistema elétrico que recalibra o alarme .




